terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Filtro dos Sonhos


Os Filtros dos Sonhos são mandalas de cura que tiveram origem com os índios Ojibwe (ou Chippewa).
De acordo com eles o tempo dos sonhos é influenciado por boas e más energias e a função dos Filtros dos Sonhos, ou Dream Catchers, é a de afastar as energias intrusas e incorretas que, presas na teia, se dissipam com os primeiros raios do Sol. Já os sonhos bons, nossos, sejam eles pesadelos ou não, sabem exatamente onde ir, passam pelo buraco central da teia e chegam até nós trazendo sempre mensagens importantes.


Devemos sempre nos lembrar que estes "objetos" não são simples objetos decorativos, eles são instrumentos de poder, são medicinas. Estas medicinas são carregadas com um propósito que ativamos ao construir o Filtro, que é quando colocamos nosso espírito e nossa energia transaformando-o em um instrumento de poder.


Conta uma das lendas relacionadas aos Filtros dos Sonhos que uma aranha fiava sua  teia próximo à cama da avó. Todos os dias ela observava a aranha trabalhar. Alguns dias depois o neto entrou e, ao ver a aranha na teia, pegou uma pedra para matá-la. Mas a avó não deixou e o menino, apesar de achar estranho, respeitou seu desejo. A velha mulher voltou-se para observar mais uma vez o trabalho do animal e, então, a aranha falou: "Obrigada por salvar a minha vida. Vou dar-lhe um presente por isso. Na próxima Lua Nova vou fiar uma teia na sua janela. Quero que você observe com atenção e aprenda como tecer os fios, porque esta teia vai servir para capturar todos os maus sonhos e as energias ruins. O pequeno furo no centro vai deixar passar os bons sonhos e fazê-los chegar até você."
Quando a Lua Nova chegou a avó viu a aranha tecer sua teia mágica e, agradecida, não cabia em si de felicidade pelo maravilhoso presente. "Aprenda", dizia a aranha. Finalmente, exausta, a avó dormiu.
Quando os primeiros raios do Sol surgiram no céu, ela acordou e viu a teia brilhando como jóia graças às gotas de orvalho capturadas pelos fios. A brisa  trouxe penas de pomba que também ficaram presas na teia, dançando alegremente, e, por último, um corvo pousou na teia e deixou uma longa pena pendurada. Por entre as malhas da teia o Pai Sol sorria alegremente. A avó, feliz, ensinou todos da tribo a fazerem os Filtros dos Sonhos. E até hoje eles vem afastando os sonhos maus de muita gente.


domingo, 2 de janeiro de 2011

A Escolha é Sempre Nossa


"Luis é o tipo do cara que você gostaria de conhecer.Ele estava sempre de bom humor e sempre tinha algo de positivo para dizer.
Se alguém lhe perguntasse como ele estava, a resposta seria logo: "Ah, se melhorar estraga".
Ele era um gerente especial em um restaurante, pois seus garçons o seguiam de restaurante em restaurante apenas pelas suas atitudes.
Ele era um motivador nato.
Se um colaborador estava tendo um dia ruim, Luis estava sempre dizendo como ver o lado positivo das coisas.
Fiquei tão curioso com seu estilo de vida que um dia lhe perguntei: "Você não pode ser uma pessoa positiva todo o tempo. Como faz isso?"
Ele me respondeu: "A cada manhã, ao acordar, digo prá mim mesmo: Luis, você tem duas escolhas hoje. Pode ficar de bom humor ou de mau humor. Eu escolho ficar de bom humor. Cada vez que algo ruim acontece, posso escolher bancar a vítima ou aprender alguma coisa com o ocorrido. Eu escolho aprender algo. Toda vez que alguém reclama, posso escolher aceitar a reclamação ou mostrar o lado positivo da vida."
"Certo, mas não é fácil" - argumentei
"É fácil sim", disse-me Luis. "A vida é feita de escolhas. Quando você examina a fundo, toda situação sempre oferece escolha. Você escolhe reagir às situações. Você escolhe como as pessoas afetarão seu humor. É sua a escolha de como viver sua vida".
Eu pensei sobre o que Luis disse e sempre me lembrava dele quando fazia uma escolha.
Anos mais tarde soube que, um dia, Luis cometera um erro, deixando a porta de serviço aberta pela manhã. Foi rendido por assaltantes. Dominado, e enquanto tentava abrir o cofre, sua mão tremendo pelo nervosismo, desfez a combinação do segredo.
Os ladrões entraram em pânico e atiraram nele. Por sorte foi encontrado a tempo de ser socorrido e levado para um hospital. Depois de 18 horas de cirurgia e semanas de tratamento intensivo, teve alta ainda com fragmentos de balas alojados em seu corpo.
Encontrei Luis mais ou menos por acaso.
Quando lhe perguntei como estava, respondeu: "Se melhorar estraga.
Contou-me o que havia acontecido perguntando: "Quer ver minhas cicatrizes?"
Recusei ver seus ferimentos, mas perguntei-lhe o que havia passado em sua mente na ocasião do assalto.
"A primeira coisa que pensei foi que deveria ter trancado a porta de trás", respondeu. "Então, deitado no chão, ensanguentado, lembrei que tinha duas escolhas: poderia viver ou morrer. Escolhi viver".
"Você não estava com medo?", perguntei
"Os para-médicos foram ótimos. eles me diziam que tudo ia dar certo e que eu ia ficar bom. Mas quando entrei na sala de emergência e vi a expressão dos médicos e enfermeiras, fiquei apavorado. Em seus lábios eu lia - esse aí já era. Decidi, então, que tinha que fazer algo".
"O que fez?", perguntei.
"Bem, havia uma enfermeira que fazia muitas perguntas. Perguntou-me se eu era alérgico a alguma. Eu respondi: - Sim. Todos pararam para ouvir minha resposta. Tomei fôlego e gritei: - Sou alérgico a balas! Entre risadas lhes disse: - Eu estou escolhendo viver, operem-me como um ser vivo, não como um morto".
Luis sobreviveu graças à persistência dos médicos.... mas sua atitude é que os fez agir dessa maneira."